segunda-feira, 21 de outubro de 2019

Devaneio de um Cachimbo.



Ao fumar meu cachimbo ponderei que entre mim e a cada trago dado havia uma fumaça de conceitos que separava me do mundo moderno, tamanha constatação foi alardeada pelo ritual tribalistico de cunho milenar que se delineava no ato de fumar; toda uma geração de grandes homens se manifestou no intento, em que no ínterim de suas grandes descobertas se viram flagrados fumando um cachimbo; Tolkien, Lewis,  Jung, Freud, Einstem e tu; mestre Olavo!

É pensando nisso que fumo o meu cachimbo...

É que no dercorrer dos cronogramas da humanidade o homem se vê na crueldade que o presente lhe faz tornar; uma potencia que se atualiza e virtualiza na medida em que se expande e densifica, e no meio do oficio em que se é abordado pela descrença de Deus seguida da justificativa de sua existencia, paira o cachimbo inerte cuja função só se exerce quando o templário guarda sua espada.

Diante de tal conjectura, o sangue vem batizar as crianças culpadas por nascerem, pois a existencia é culpa, e hei de pedir perdão a Deus antes de dormir, porque dependo dele pra acender meu cachimbo. E por onde andará a humanidade senão no materialismo hegeliano-marxista sob a ditadura da democracia em que a beleza é submetida ao olhar isento e oco do Estado?! Visto que a gravura da ética humana repousa sob uma imagem tão despida de formas, é quase um ato de revolução repousar-me em Deus.

É pensando em tudo isso que fumo o meu cachimbo...

As formas da fumaça que o vento desenha quando lhe assopro pra fora da boca engendra em si uma harmonia maior que todo o quadro da minha geração, e ao soprar, o vento lhe empurra pra cima, e quando inclino minha cabeça acompanhando sua dança eu vejo o céu, e o céu me diz que estou vivo!

É pensando nisso e naquilo que insisto em furmar meu cachimbo...


quarta-feira, 20 de setembro de 2017

70 x 7

Olá humanos, sou eu de novo!

Há quanto tempo ein? Meses, talvez anos, não sei bem ao certo, no geral uso essa plataforma que ninguém lê apenas para descontar minha raiva e somar minha tristeza. Um dilema se colocou em minha vida antes que eu estivesse preparado para recebê-la, mas caralho! - Assim é tudo na nossa vida! - as coisas acontecem sem aviso prévio, sem pudor nem meio termo, sem consideração alguma.

Se eu quiser visualizar o TODO, preciso começar por partes, dividi-los em camadas mais compreensíveis, gradativamente em casos isolados, e depois; juntá-los! Mas pra isso preciso sair da cidade, quero dizer, me elevar acima dessa situação toda e ver o que tem e o que não tem fundamento, há que altura se eleva essas torres?

Está confuso, humano? você ainda não viu nada, minha carcaça treme a cada dia e eu sinto que a morte está a todo momento a espreita, me espionando, sedenta, ansiosa porem estupidamente calada, como um gato antes do bote. Não sei de onde vem esse sentimento de MEDO, mas sei suas consequências em me impedir de levar uma vida normal, despreocupada e LIVRE!

Recentemente um anjo caiu do céu para me ajudar, mas meu estranhamento diante de sua beleza e a normalidade que ela tanto revindica tem me tornado alheio ao meu destino, ando como uma besta entre os homens, calado, tenso e BRUTO!

MAS O QUE DIABOS POSSO FAZER?

O maior de todos problemas é a falta de um grande problema, e sinto meu espirito, corpo e mente em constante conflito, existe um gênio maligno que fala mais alto que qualquer anjo da guarda em minha consciência, porque ele GRITA!

A NORMALIDADE ME DÁ ÂNSIAS DE VOMITO

E eu sinto que, no fundo, é isso que meu anjo da guarda me pede; calma, paciência e NORMALIDADE!

Construir uma família, frequentar shoppings e praias, ir a festinhas, ter colegas e melhores amigos, andar de ônibus e almejar comprar um carro, ter um emprego estável, tomar café pela manhã e não comer feijão a noite, se desentender as vezes e, logo em seguida, fazer as pazes!

TER UM CACHORRO, ORA, TER UM MALDITO CACHORRO!

É uma boa maneira de permanecer na terra, ou melhor, talvez seja a ÚNICA MANEIRA DE PERMANECER VIVO...

E ter ela como companheira, o que mais o coração de um homem pode querer? se almejo mais que isso, é por influencia diabólica, é por ter engendrado a peste e endurecido o coração, já vi que não levo jeito para ser um psicopata pragmático, escravizado pela ideia do sucesso.

E então... o meu anjo se entristece em meio a tudo isso! Reclama do meu silencio e diz que estou estranho! Mas eu não estou, eu SOU!

 Meu anjo da vida diz ter ciúme de meu anjo da morte...

E eu?

Bem...

Eu sei que estou vivo, e busco a eternidade das coisas e substancias, o caminho mais próximo para o infinito, o elevador que subirá ao paraíso, ou despencará para o inferno.

A eternidade se comprime em 70x7













segunda-feira, 3 de outubro de 2016

Estragos

MORS

Ela veio, fez um pequeno estrago e foi embora, a tragédia prosaica começa quando se torna perceptível a manifestação desenfreada do ódio reenvidando o amor, ou melhor, a falta dele, a procura dele, pois quando o temos sentimos-nos completos, a vida passa a ter um roteiro cinematográfico, e toda monotonia alienante do cotidiano perde sua influencia, se ausenta calada, amargurada e triste, ao passo que a existência se torna, nem que por um segundo, digna de ser vivida.
Em contrapartida na sua ausência somos verdadeiros zumbis, potenciais suicidas sem nexo com afetividade, emaranhados de artérias e sistema nervoso cuja única finalidade não é outra se não a de continuar vivo, friamente vivo, mecanicamente vivo, patologicamente vivo.


VITA

Por isso ela me disse que sem paixão a vida não teria graça, oram vejam só, é claro que não! Onde mais conseguiríamos apoiar nossas indecisões? como poderíamos enfrentar o cotidiano sem a consciência de que "alguém antecede por nós." Fazemos isso com pessoas, fazemos isso com Deuses, fomos criados para a dependência alheia, o homem é o único animal que não sobrevive sem o cuidado; de início precisamos dos Pais, depois das paixões, depois dos filhos e por ultimo de uma cadeira de rodas e seringas nas veias... Mas voltemos ao amor, ao contrato de duas pessoas promovida pelo libido de ambas, a necessidade é humana, sua efetividade é mais ainda, e então, me dou conta de que, por um momento, por um milésimo de segundo, penso que estou vivo, e que ainda posso amar, que posso gostar de pessoas, que posso me relacionar, que posso depender, e isso é reconfortante, mas não se apresse em dizer que estou errado, eu sei que vocês já sofreram muito por isso, sei que já foram traídos, que depositar confiança em pessoas é dar oportunidade pra se frustar, mas acalmem-se, parem por um segundo e reflitam comigo; nem sempre chove no inverno, não é todo dia que pegamos ônibus, nem todo feriado é pra descanso assim como nem todo sábado a gente enche a cara, e eu quero chegar nesse ponto, onde a exceção é via de regra, pois nem sempre, meu amigo, nem sempre amar pode gerar consequências desastrosas, e sempre, sempre, SEMPRE poderemos extrair lições de tudo, principalmente daquelas pessoas que vem, fazem um pequeno estrago e vão embora.






sábado, 1 de outubro de 2016

FARDO

CONFESSIONEM
Sou um canalha, do pior tipo e da pior espécie, fiz coisas que nem Deus todo bondoso pode perdoar, eu menti e continuo mentindo, tanto para os outros quanto para mim mesmo. Talvez por não me sentir adequado, por não ser interessante o suficiente, criei como ficção tais interesses, até o momento em que, de tanto criar caminhos ficcionais para me encontrar, me perdi. E agora me encontro frente o monitor confessando numa tentativa ultima de me render, e me absolver. Gostaria de começar tudo de novo, mas não sei se, desse modo, conquistaria o que conquistei até agora; o amor de uma linda garota, experiências com pessoas fantásticas, letras e músicas que jamais compus. Nossa! Fiz da vida, até aqui, um teatro, mas perdi o roteiro na medida em que me encontrei na dualidade do real e do imaginário; culpa e sofrimento em exata proporção com minha maneira de pensar, e, por conseguinte, de agir. 

Eu matei meu pai que está vivo, menti pros meus amigos, senti pena de mim mesmo, julguei pessoas que cometem o pecado que EU COMETO. Fingi, não ousei, pedi esmola, fiquei no chão e não fiz questão de me levantar. Meu pecado ; acreditar em minha redenção.


REDEMPTIONEM


Peço desculpas antecipadas pelo equivoco sem retorno diante dessa inesperada e descontextualizada carta, mas eu tive de escrevê-la, se não fosse por você, seria então por mim; de modo que não me importo tanto se caso não chegue a ler, mas a consciência de que te enviei já descarregaria muito do peso que carrego, exorcizando alguns dos meus milhares de demônios, a saber, você seria um deles.
Mas calma, não é bem por ai que eu quero chegar, as linhas que se segue não se trata de um detalhamento sobre o que aconteceu conosco, tão pouco um pedido de desculpas, mas um reconhecimento da minha parte dos meus erros, que a essa altura são visíveis e gritantes.

EU SOU EGOCÊNTRICO, assim devo começar, é de perceber que sou, e eu fui muito egoísta com você. Propus ideias estúpidas, pedi mais do que te dei, acreditei mais do que era pra acreditar, uma soma de minha arrogância resultou nisso; na indiferença de algo que tinha tudo pra dar certo, e que graças ao meu talento pra loucura, desfigurou a beleza enraizada na eternidade.

Bem, mas porque resolvi te falar isso agora, a resposta é única: porque eu não consigo suportar mais! Porque sinto que me falta pouco tempo! Porque minha ultima palavra pra você não poderia ser um simples e vago ‘adeus’. Gostaria que você soubesse o que suponho que tenha aprendido recentemente, nesse caso reforço, do contrário afirmo; você é uma pessoa incrível, doce, amável e indescritivelmente única!

Caminhamos como estranho um ao outro, porque esse é o peso que recai sobre todo mundo que conhecemos durante o percurso de nossas vidas promulgado pelo tempo; esquecer é necessário, para que o fluxo da continuidade prossiga com sua lei inviolável.

Eu gostaria de estar com você agora, não nego isso, assim como gostaria de muitas coisas que sei não fazer parte de minhas verdadeiras inclinações; gostaria de ter uma vida normal; estudar, se formar, trabalhar das 08 as 18hrs, ter filhos e netos, mas eu não assinei o contrato com Deus, você deve saber que sempre preferi o Diabo, te digo isso porque eu suponho conhecer o meu destino; ser um astro do rock e toda aquelas bobagens, não sei! As vezes sinto que parei no tempo, que invoquei a morte e ela não quer voltar pra casa de mãos abanando.

Enfim, são só desabafos...


Fica bem!

Adeus!


DESTINATION







segunda-feira, 26 de setembro de 2016

A monstruosidade de Deus


TRADITIO

É engraçado como alguns dias se parecem tão iguais, o som to ventilador cortando o vento, o vento batendo na janela, como se ele estivesse me chamando, a cortina se arrastando preguiçosamente pela parede e por fim eu, com as mesmas ideias mas com livros diferentes, com a mesma cara, com o mesmo corpo, com a mesma vida que, juro por deus, já tentei acabar diversas e diversas vezes.

Uma amiga me disse que o auto-conhecimento sem a graça divina é suicídio, o que pra mim reforça a tese marxista de que a religião é o ópio do povo, em seu entorpecimento há, em mim um pé no chão que me impede de voar como os outros, de modo que eu não consigo me alienar e me entregar as convicções e as impressões instintivas dos religiosos, e o que mais me incomoda é a incerteza de não saber se isso é uma virtude. Mas eu vou levando, quem sabe um dia eu chego lá?


OBSOLETUS

Estou tentando encontrar Deus, não nego isso, que talvez eu esteja tentando me render, eu não sei bem. Até lá, empurro com a barriga as dúvidas que engoli. E por falar em dúvida, a dúvida é um conceito que implica na procura de algo ou alguma coisa inerente a uma resposta, e o que mais me irrita na investigação das filosofias medievais é o fato de que não podermos, nem estarmos tentando responder os quesitos subjacentes do cristianismo mas, o por que e como um pensador pensava as indagações pertinentes de SUA ÉPOCA, como se fosse possível pintar o espirito de 500 anos atrás, a triste realidade nisso tudo consiste no fato de perdermos a oportunidade de esclarecer, provocar, esculpir ou, até mesmo, desabar velhos paradigmas tradicionais que enterram suas raízes no solo da ignorância sob o título da fé, e isso me deixa muito, mas muito puto!


DEUS

Deus? o que é Deus pras pessoas? com certeza não é o Deus dos filósofos, nem o Deus da minha mãe é o Deus da vizinha logo a frente, também não acho que o Deus da Igreja Batista seja o mesmo da Universal, nem que a Batista e a Universal idolatre o mesmo Deus da Igreja Católica, e essa, por sua vez, não coincide com a do Shalom, e o Shalom? Bem, só queria dizer pra todos eles que eu não sou shalom; as pessoas, todas eles são providas de idiossincrasias tão peculiares, que eu não hesito em chamar isso de milagre, ou melhor, de Deus. Deus não é uma espécie de Freddy Krueger que só passa a existir se você pensar nele, não! definitivamente não! a vida é grandiosa demais para que Deus exista apenas nesses termos, e Deus é grandioso, puxa, como é grandioso! Mas eu não encontro essa grandiosidade em ícones, estátuas, crucifixos ou imagens, não enxergo nenhum vestígio de Deus na liturgia, mas nas pessoas e o que elas fazem com isso, nos olhares delas, na sinceridade no sobrenatural, na fé que, não sei se sou virtuoso por não possuir, eu encontro Deus nos relacionamentos sinceros, na predisposição humana em querer e fazer o bem ao outro, até na mais estúpidas das situações, eu vejo Deus lá; nos bares, nas favelas, nos prédios, no deserto, em rituais satânicos, em tudo, numa espécie de panteísmo sem exceção; vê, repito, eu não sou shalom, não sou universal, não sou batista, não sou minha mãe nem minha vizinha que mora logo ali em frente, eu sou humano, em toda sua mediocridade e grandeza, tudo é aos meus olhos estranho e grandioso, eu sou humano, eu sou humano, eu sou humano...

Eu sou Deus!














domingo, 18 de setembro de 2016

Idiossincrasias

Vou compartilhar um segredo com você enquanto escuto Joy Division e tomo café frio as exatas 23:34hrs de uma noite de Domingo ressacado – tenho amigos que vem me visitar as vezes, e eles são tão reais quanto eu, por se tratar de mim, fragmentos do meu eu, minhas múltiplas faces promovida pela distorção de minha ingenuidade frente a vida. Sei como é difícil ficar sozinho, e afirmar essa solidão parece encolher mais as paredes e escurecer mais o quarto em que estou, meu preguiçoso espaço que acolhe minhas loucuras, meus livros enfeitam como um altar, e eu estou sempre com sono! E se eu te dissesse que sou uma farsa? E se eu te dissesse que todos os sonhos que prometi realizar nada mais foram que desculpas para tapar o buraco de minha mediocridade? Que não existe gênio, que não existe artista, que nunca houve músicas, literatura e tão pouco trabalho de minha parte? Se eu te dissesse que sou uma pessoa comum, você daria atenção ao que escrevo aqui? Você ouviria o que tenho a dizer?


O tempo passa devagar, e o barulho do ponteiro me incomoda, porque no fundo, bem lá no fundo, ele está me cobrando aquilo que prometi, o sucesso que todos almejam bate a porta na minha cara e zomba de mim, e eu não me envergonho em dizer que choro! Lagrimas que não poupo podem servir de utensílios para as pessoas me julgarem, podem simplesmente me dizer que não fui tão forte quanto deveria, que sou fraco simplesmente pelo fato de não esconder minha fraqueza. Pois bem, sejamos sinceros, nenhum de vocês reivindicam o amor de uma estrela, que é ingenuidade dirigir a vida pela contramão e querer quebrar as leis da física. Mas eu tenho que dizer a você, ou a vocês -  só é considerado impossível aquilo que nunca antes foi visto, ou feito, e deste feito eu não tenho medo de querer fazer da eternidade minha sina, da mediocridade uma consequência disso, e da morte meu papel final a ser cumprido – pode até não ter sentido o que estou dizendo aqui, mas que se dane! Não acredito em Hegel, e é a minha individualidade que vai construir o mundo, talvez a nossa, meu caro raro leitor, talvez a nossa!


quinta-feira, 23 de junho de 2016

A Ultima folha do Caderno.

Dedicado a todos os que bocejam;

Eu não assinei contrato com a eternidade, logo, nada mais fiz que adiantar as coisas, pode até ser que essa seja apenas mais uma carta de suicídio, o que empiricamente falando é, mas não deixa de respeitar minha individualidade, por efeito; tratem de respeitar a minha individualidade! Fui uma besta diante do povo, uma sombra entre os meus amigos e nada frente a mim mesmo, e assim eu começo minha oração...

Fui vítima da insanidade social, sem querer me vitimizar, fui mastigado pelo devorador de almas que é a histeria coletiva que grita até ensurdecer, e por todos serem surdos, acreditam que gritar é a solução. Dizer que fui poeta me parece uma boa maneira de romantizar as mentiras que contei. Me coloco como júri e réu desse tribunal no qual fui processado, e por mais que a advogacia dos meus amigos tentem me absolver, eu me declaro culpado!

Não se trata de ter ou ser feliz, vai muito além disso, é o crime da justiça espiritual que cometo delito, transbordei minhas emoções e tornei-me um monstro, por desacatar as possibilidades das minhas escolhas. Me contrastei entre os piores e idolatrei suicidas. Por me sentir desprovido do senso inerente a humanidade social, fui um estranho entre todos. A ideia de ter uma família, renda suficiente para ser aceito não era o bastante pra me motivar a ir adiante, para saciar a peste ambiciosa que engendrei, fiz de mim o que pude fazer, e apesar de tudo, tudo afinal se provou nada demais.

Os fatos estão contra mim, a minha penitencia nada deixará além de saudades temporárias, e eu aceito a morte tal como aceitei a vida; inconscientemente motivado pelos instintos mais primitivos a procura de EXISTIR, DESPIDO DE TUDO E DE TODOS. 

Imagem extraída de um sonho com olhos abertos.

Desejo a todos sorrisos vagos e abraços fortes, e que morram velhos numa cama de hospital com siringas injetadas pelo corpo;

Amo você, seja lá quem for;



//Ismar Douglas Dias.